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Casas são vendidas por U$$ 1 em cidade que Michal Jackson nasceu

A triste história de Gary que teve seu auge graças a siderúrgicas, mas que hoje é conhecida como a cidade mais miserável dos EUA.

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Edifícios estão em ruinas em Gary. Crédito: Biblioteca do Congresso

Gary é uma cidade do estado de Indiana, nos EUA. No seu auge em 1960, já habitou mais de 178.000 pessoas e era considerada uma cidade promissora. A cidade onde Michael Jackson nasceu, hoje conta com edifícios em decomposição e total abandono. Antes conhecida como “A Cidade Mágica”, mas hoje a “Capital do Assassinato dos EUA”.

Como tantas outras cidades americanas, Gary emergiu do pântano quase que da noite para o dia no início do século XX.

A cidade foi fundada em 1906 na costa sul do Lago Michigan a 30 km de Chicago. Seu nome foi em homenagem a Elbert Henry Gary, fundador da empresa United States Steel Corporation, conhecida como Aço dos EUA.

O maior empregador de Gary eram as siderúrgicas e milhares de trabalhadores foram atraídos para lá em busca de uma oportunidade de emprego nas diversas fábricas.

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No entanto a maioria se decepcionava ao chegar na cidade. Pois a expectativa era encontrar uma cidade luxuosa. Mas na realidade os trabalhadores acabavam vivendo em colônias apertadas, e os sem sorte acabavam tendo que viver em barracos e tendas improvisadas.

Na década de 1910, as tabernas prosperavam em Gary, impulsionadas pelos trabalhadores. A cada 88 residentes, havia uma taberna notável.

Na década de 1920, cerca de 16.000 trabalhadores estavam trabalhando pesado nos 12 fornos altos e quentes da maior usina siderúrgica do país.

Foi então que entre 1920 e 1940, a população da cidade dobrou.

O Racismo em Gary e a vinda do pai de Michael Jackson

Em seu início, a cidade de Gary era composta em sua maioria por imigrantes brancos vindos do Leste Europeu, mas como parte da grande migração, também começou a atrair mais imigrantes negros do sul.

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Entre os imigrantes estava Joe Jackson, pai de Michael Jackson. Em uma pequena casa ele criou seus nove filhos em meio a um conflito racial crescente na cidade.

A partir do fim da Segunda Guerra Mundial, as tensões raciais aumentaram. Na década de 1960 a população de Gary caiu pela primeira vez na sua história, devido ao “White Flight” ou “Voo Branco”, que é a migração em larga escala de pessoas brancas para outras áreas que tenham predominância de pessoas da pele branca.

Em 1967 um dos primeiros prefeitos afro-americanos ganhou as eleições em Gary. Com isso houve uma saída em massa de pessoas brancas da cidade e coincidiu com o início do declínio das fortunas de indústrias siderúrgicas.

Siderúrgica em Gary. Crédito: AFP

A queda da riqueza siderúrgica

A indústria siderúrgica estava a todo vapor. Em 1969, a produção de aço nos EUA atingiu um recorde de todos os tempos e tinham mais de 32.000 empregados pelas obras do setor.

Mas foi a partir dali que começou a ruir o setor siderúrgico. A falta de inovação e o exterior oferecendo alternativas mais baratas fez com que a indústria entrasse em colapso.

Foi então que em 1971 começaram a ser anunciadas as primeiras demissões em Gary. Milhares metalúrgicos perderam seus empregos nas décadas seguintes.

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Na época o chefe do sindicato local, Andrew White, disse ao New York Times: “Esperávamos algumas poucas demissões, mas agora parece que essa coisa será muito mais difícil do que estávamos esperando”.

À medida que as pessoas perdiam seus empregos, o crime aumentava. A situação estava tão crítica que em 1994, a cidade foi apelidada de “Capital do Assassinato dos EUA” pelo jornal Chicago Tribune.

Com a debandada de pessoas até os homicídios e roubos caíram. Segundo os moradores não há mais ninguém para matar ou riqueza para roubar.

Atualmente, cerca de 36% dos residentes de Gary vivem na pobreza.

Casas em Gary. Crédito: Biblioteca Nacional

Casas à venda por 1 Dólar e a recuperação de Gary

Para reverter o declínio populacional, os líderes da cidade buscavam criar alternativas de empregos para substituir as siderúrgicas.

Como parte do programa de recuperação, em 2019, as autoridades criaram o programa chamado de Dollar House Program. Esse programa selecionou diversos proprietários através de um sistema de loteria, mas com alguns requisitos.

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Os sorteados elegíveis tinham o direito de comprar a casa pelo valor simbólico de US$ 1. Mas teriam que reabilitar a casa dentro de um ano e ocupá-la por no mínimo cinco anos, além de ter uma renda anual de cerca de US$ 35.000.

Lakia Manley, da Divisão de Desenvolvimento Comunitário de Gary, estava promovendo o esquema e na época disse: “O programa permitiria que a pessoa conseguisse um imóvel por um dólar, colocasse seu patrimônio e suor na casa, fazendo o trabalho de reabilitação necessário para colocá-la em boa condição e viver na propriedade por cinco anos antes que pudessem fazer qualquer coisa, como vender ou alugar o imóvel.”

Mas houve críticos ao programa. O jornal Business Insider,  nomeou Gary como “a cidade mais miserável dos EUA” em 2019. Informou também que o esquema recebeu centenas de candidatos, mas a maioria não percebeu que as casas de 1 dólar precisavam de reparos extensivos.

Curiosidades sobre a cidade Gary

Anualmente a cidade sedia um tributo ao seu filho mais famoso, Michael Jackson.

As autoridades têm procurado explorar a má fama da cidade como uma fonte de renda de Hollywood. Gary serviu como local de filmagem de vários filmes de sucesso, como “Transformers: O Lado Oculto da Lua” e o remake de “A Hora do Pesadelo”.

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A cidade também oferece passeios históricos de preservação através de seus edifícios arruinados. Destacando a arquitetura que um dia foi glamourosa.


Informações baseadas na matéria original traduzida do site The Sun.

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